20 de março
Cristo na Samaria: mulher de muitos maridos
se transforma em apóstola
A HISTÓRIA de Santa Fotina tem origem muitos séculos antes. Naqueles tempos de nomadismo e pouca gente para muita terra, veja o que faz Jacó, neto de Abraão e terceiro Patriarca. Cansado de tanto andar, resolve estabelecer-se em Siquém com sua gente e seus rebanhos.
Compra um terreno, onde manda perfurar um poço. Vinte anos de trabalho árduo escavando a rocha dura. Mas é largamente recompensado, pois deste poço de 42 metros de profundidade sai água fresca para gerações sem conta. E sobretudo para o próprio Criador do homem, do céu, da terra e da água.

Com efeito, ao passar pela região, Jesus ― fatigado também pela caminhada ― senta-Se à beira do poço. E aí começa a epopeia de uma mulher “de muitos maridos” (cf João 4, 16-19), que chega com vasilha e corda para retirar água.
Depois de estranhar que um judeu dirija a palavra a uma samaritana, Fotina ouve dele que quem beber da água que ele der, nunca mais terá sede. No decorrer da conversa ela fica sabendo se tratar do Messias. A semente cai em terra fértil. Entusiasmada com a descoberta, ela volta à cidade e comunica a muitas pessoas seu entusiasmo. Cristo fica dois dias nesse local, onde as conversões são numerosas.
Outro efeito desse encontro é a confirmação dos Apóstolos na Fé em seu Mestre: percebem que Ele é muito mais do que um simples filho de carpinteiro.
E qual foi o futuro da senhora Fotina? Segundo narração do jesuíta Pe. José Leite, ela “dirigiu-se à província da África com José, um dos filhos, para tornar conhecido o Evangelho. Ora sobreveio a terrível perseguição de Nero (64-68), sendo ambos encarcerados em Cartago. José foi decapitado. Fotina, por sua vez, lançaram-na numa prisão; esqueceram-se dela; nela morreu, bastante idosa, terminando a vida como recolhida, se se pode dizer.
“Quanto a Vítor, outro filho seu, antigo oficial romano elevado a chefe de milícia, foi encarregado de exterminar os cristãos da Galileia; passado algum tempo, verificou-se que, muito pelo contrário, ele os multiplicava com numerosas conversões que obtinha entre os pagãos.
“Foi então condenado à morte, juntamente com outros cristãos chamados Sebastião, Anatólio, Fócio, Fótido e outros de seus neófitos, que também neste dia são festejados” (Santos de cada dia – vol I – 3ª ed. – Editora A. O. – Braga – 1993, p. 357). #