Modelo de confessor e conselheiro, tinha muita
piedade eucarística e mariana
Há quase 200 anos um simples pároco de aldeia francesa de 350 habitantes foi notícia. E nunca deixará de ser. Trata-se do Pe. João Maria Batista Vianney (1786-1859), mais conhecido por Santo Cura d’Ars.

Com efeito, em 30 anos tornou fervorosa a indiferente população aldeã. Este fervor começou contagiando as populações vizinhas, à maneira de ondas, e em 1827 Ars já era um centro de peregrinações a nível internacional. Em 1835 foi preciso criar um sistema de transporte entre Lyon e Ars, pois os peregrinos já chegavam a 80.000 naquele ano, e aumentaria ainda mais, inclusive após sua morte (cf Wikipedia).
Ele usou algum método novo? Nada disso. Apenas cumpriu as obrigações de um bom padre: Missas, sermões, atendimento de confissões (15 horas por dia), conselhos. Pessoalmente, uma vida de mortificação e penitência. Com muita oração.
Pérolas de homilias ― “Ofende-se tanto a Deus, que quase nos sentimos tentados a pedir o fim do mundo!…”
“Se tivéssemos fé e víssemos uma alma em estado de pecado mortal, morreríamos de pavor!”
“Deus é mais pronto em perdoar do que uma mãe em tirar seu filho do fogo”.
Ele preferia antes mostrar o lado atraente da virtude, do que a fealdade do vício.
Era severo para consigo e bondoso para com os outros.
Não espanta que ele tenha atraído muitas pessoas a Ars. Perguntaram a um advogado de Paris o que foi ver naquela pequena aldeia; ele respondeu:
– “Eu vi Deus num homem”.
Dizia São João Maria Vianney ao seu bispo: “Se quiserdes converter a vossa diocese, será preciso tornar santos todos os vossos párocos!”
Ele mesmo fornecia a arma apostólica do exemplo. Pois um padre ajoelhado diante do sacrário, numa atitude exterior respeitosa e em profundo recolhimento, é para o povo objeto de educação e estímulo à prece.
Defesa, modelo, glorificação ― A algumas pessoas que afirmavam ter o santo pároco pouca cultura, o seu bispo dizia: “Não sei se é instruído, mas uma coisa eu sei: brilha com luz do Céu”.
“O exemplo do cura d’Ars conserva, na verdade, um valor permanente e universal”.
“Em toda a sua vida, praticou, em grau heroico, a ascese da castidade”.
“A castidade brilhava no seu olhar”.
A convicção viva, clara e profunda que ele tinha, vibrava na sua palavra, brilhava nos seus olhos. Quem está cheio de Cristo conquista os outros para Cristo (cf Pio XII).
Imaculada Conceição ― Tanto mais que ele estava bem sintonizado com o papel da Mãe de Deus especificamente enquanto concebida sem pecado. Pois em 1836 consagrou sua paróquia à Imaculada Conceição, título este proclamado dogma em 1854 e que as aparições de Lourdes em 1858 vieram confirmar.
Falecido em 4/8/1859, seu corpo não se corrompeu. Foi canonizado em 1925, pelo Papa Pio XI.
A matriz de Ars é atualmente um grande centro de peregrinações.
A Igreja, que glorificou este padre admirável pelo seu zelo pastoral e seu ininterrupto desejo de oração e de penitência, com alegria o apresentou aos padres de todo o mundo como modelo de ascese sacerdotal, de piedade, e sobretudo de piedade eucarística. É patrono dos sacerdotes (cf Encíclica Sacerdotii Nostri Primordia – João XXIII). #