27 de fevereiro
A vitória contra o arianismo
na Espanha
CESSADAS as perseguições tricentenárias dos imperadores romanos, a Igreja Católica obtém de Constantino a liberdade.
Mas já está surgindo algo pior: o Arianismo. Doutrina de Ário, um padre de Alexandria, no Egito, que nega a divindade de Jesus Cristo, e que se espalha pelo mundo cristão da época, solapando silenciosamente a Igreja por dentro.
E por fora também. Povos bárbaros do norte europeu também são vítimas das arengas arianas. E onde levam suas barbaridades, levam também as teorias inventadas por Ário.
Apesar de ser uma doutrina condenada pelo Concílio de Niceia no ano 325 – portanto carimbada com o selo de heresia –, seus revoltosos adeptos penetram inclusive na Espanha, onde atuam durante 170 anos.

Mas agora encontram adversários corajosos, capitaneados por Leandro, Arcebispo de Sevilha. E é preciso muita coragem mesmo, pois o rei visigodo, Leovigildo, além de muito autoritário, deixa-se fanatizar pela lábia dos arianos.
O arcebispo faz suas destemidas pregações, sem medo de desagradar o monarca. Ele afirma a divindade de Cristo e incentiva a devoção à Eucaristia. Cresce o número de seguidores da religião verdadeira, e a falsa vai perdendo terreno.
Entretanto, o fanatismo ainda está no poder. Leandro e outras pessoas importantes que não se submetem, são expulsas do país. O filho primogênito do rei, Hermenegildo, rejeita a heresia, e é traído, preso, maltratado e martirizado a mando do pai.
Este, porém, recebe sua paga: morre no seu palácio, em Toledo, meses depois. Ano 586. Sobe ao trono outro filho, Recaredo, católico fervoroso, que estabelece a ordem no reino. Em comum acordo com Leandro, o filho toma as medidas adequadas para consertar os erros paternos.
Assim, a Espanha começa a existir como nação católica, no final do século sexto.
São Leandro (+596) tem mais três irmãos santos: Isidoro, seu sucessor no arcebispado, Fulgêncio, bispo de Cartagena, e Florentina, religiosa exemplar. #